quinta-feira, 23 de julho de 2009

Caminhos

O espírito anda por caminhos que nossos olhos não podem ver, nem nossas palavras descrever, mas, na tentativa de fazer prevalecer a regra que nos manda dar ao outro o que de bom encontramos na vida, vamos distribuindo palavras a todos quantos puderem ouvir.

Os caminhos da alma não são sinuosos, mesmo que temamos que sejam, e isto nos dá uma liberdade que frequentemente ignoramos por causa do medo de que não seja assim como nos dizem, ou como Deus nos diz. Gostamos de falar, de reclamar, e nunca nos faltam queixas contra os conselhos que nos são dados, por causa de nossa teimosa preferência por nossa própria opinião e avaliação da vida. Reivindicamos certezas e garantias para justificar a coragem que devemos ter, nos esquecemos que a verdadeira coragem sabe ousar, e sabe confiar nos que já passaram pelos mesmos caminhos.

Vigora também em nossa alma a lei do menor esforço, desejo contínuo de apenas fruir as delícias de Deus, fazendo dele nossa colônia de férias, e o abandonamos quando as necessidades da vida nos trazem ocasiões de amadurecimento, longe de contentamentos, satisfações e consolações, de Deus ou não.

Volto a dizer, os caminhos da alma não são sinuosos, mas, enquanto insistirmos em querer satisfazer nossos gostos antes de empreendermos a caminhada, ou mesmo durante a caminhada, estaremos inventando atalhos que certamente nos levarão para muito longe do destino original, Deus.

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