segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Deus semper maius

Cansei-me do óbvio e evidente
Porque quereria eu mapas novos
De lugar já bem conhecido?
Quero ir a lugar pouco explorado
Não quero mapas, quero passos
Quero andar por onde não conheço
As trilhas e os obstáculos
Quero a novidade da dúvida
Da ignorância douta que sabe
Que não sabe muito, sabe andar
E isso basta, conhece a voz,
E isso basta, que chama e diz
Atrás de mim por onde devo ir
Indicando o caminho que devo seguir
Não quero o óbvio, quero o Senhor
Deus sempre maior que transcende
O que penso e o que posso pensar
O que Dele conheço não é ainda
Meu sumo destino, é caminho
Caminho nunca findo, é eterno
Por isso não pode ser óbvio
É sempre desconhecido e eu, cego
Apenas escuto a voz que orienta
A voz de meu Deus que me faz
Ver além do que vejo, o que vejo
Me escurece a razão mas a luz
Que percebo acende-se em mim
Em meu coração, vejo meu Deus
À minha frente e atrás de mim
Em toda parte, em partes sempre
Menores que o todo, partes
Que fazem-me querer mais
Sempre mais além do que tenho
Além do óbvio que todos já
Viram, meu Deus sempre maior