sábado, 7 de agosto de 2010

Amigos de Deus


Hoje resolvi escrever de um jeito diferente. Ultimamente meus textos tem tido um tom mais místico, metafórico, irônico. Hoje quero falar com mais liberdade, com mais clareza, e até, porque não, mais poético, um pouco mais livre das rédeas da gramática tradicional e das correntes do que chamam norma culta da língua.
A amizade sempre me foi algo muito querido, em grande parte por ter sido uma das vias por onde Jesus me encontrou na intimidade, sem minhas defesas, e me alcançou antes que tivesse tempo de fugir. Parece estranho, mas nas simples e, por vezes, despretensiosas palavras de um amigo Jesus fala ao meu coração e me ensina amá-Lo sobre todas as coisas. A ajuda sempre oportuna, o ouvido solícito, a mão estendida, o carinho, o cuidado, tudo isso que encontro num amigo me fala de Deus e me faz lembrar-me de que Jesus também quer ser assim comigo, quando disse que eu era seu amigo mesmo antes de eu o conhecer de verdade (e mesmo hoje não sei bem se o conheço).
Amigos são assim, imagem de Deus, não só pela ordem natural, por serem humanos, mas pela experiência que nos permitem fazer da liberdade que Jesus quer ter conosco e que Ele quer que tenhamos com Ele. E cada reencontro, especialmente depois de conviver com a saudade por algum tempo, torna-se ainda mais feliz e consolador, é como antecipar um pouco do céu, vendo morrer a saudade e perdendo de vista os desencontros passados e futuros. E, mesmo que não seja um objetivo cristão encontrar segurança nessas consolações, elas nos animam e nos revigoram para irmos até o final. Por isso digo que encontrar-se com um amigo é como encontrar-se com Deus, que de algum modo se esconde e se revela num rosto, num olhar, num sorriso, numa voz, num abraço que nos são caros e que sabem encontrar sempre o melhor de nós.