quarta-feira, 20 de junho de 2012

Entendi

Entendi um pouco de Teu amor
Sem entendê-lo, no entanto
Vi um pouco sem poder ver
De Teu amor a luz, de Tua luz
O brilho mais claro
Que o da mais clara luz
Que posso ver, entendi
Sem entender, certeza escondida
E disfarçada, mistério que se deixa
Conhecer sem mostrar-se inteiro
Véu que, retirado, não descobre,
Luz que ilumina a sombra
Sem desfazê-la, sem dissolvê-la
Brilho oculto e voz que não se ouve
Grito mudo que ressoa
Em toda parte e em meu íntimo
Em segredo e sem segredos
Deixando-me cego e surdo
Ao fazer-me ouvir e ver
Sua voz, Sua luz, Seu Coração

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sacrifício

Nada daquilo que deixais
Para trás por mim perdeis
Senão aquilo em que prendeis
O vosso coração olhando atrás
O resto é ofertório
Sacrifício voluntário
Do que não faz falta
Do que não serve para sempre
Do que não dura nem pode
Perdurar sequer por tanto tempo
Quanto dura vossa vida
Do que perdestes, porém, podeis
Ainda fazer-me oferta
Se quiserdes, se ainda quiserdes
Liberdade de verdade

Sacrifícios não tem tempo
Nem horário marcado,
A possibilidade não prescreve
Se ainda tendes tempo
Se ainda viveis, ainda viveis
Hoje, talvez não amanhã
Quanto a mim, ainda espero
Ainda quero vosso coração
Prefiro a misericórdia
A qualquer sacrifício
Por isso prefiro este
Que salva vossa vida
Unindo vossa vida ao sacrifício
Que fiz de mim para salvar
Para sempre a vossa vida