segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Outrora e Agora

Outro dia passei por uma experiência desagradável, dolorosa, ao presenciar uma espécie de "velório festivo" da moral de alguns a quem costumava chamar amigos. Mudanças de conduta que me surpreenderam e colocaram em mim uma pergunta intrigante: se mudaram tão rápido, será que antes eram, de fato, diferentes? Preciso confessar-lhes, a ausência deles não me faz falta alguma, o amor que lhes tenho não sobrevive de proximidades, mas sente-se traído cada vez que vejo o Amor que me faz amá-los sendo traído de maneira torpe, indecente, com incoerências sem tamanho. "Amigos" que encontraram outros lugares para armarem suas tendas, ao lado de alguns que outrora eram inimigos, a quem agora chamam "amigos", somente porque se interessam pelos mesmos assuntos, e de quem aprovam outras preferências, por mais irracionais que sejam. Meu rosto não escondia minha insatisfação, não podia olhar para eles sem ouvir o eco das palavras que eles mesmos costumavam dizer, palavras que reprovam a conduta que agora assumiram; sua incoerência me machuca, e minha alma chora ao vê-los afogarem-se no dilúvio de sua própria vaidade.

Espero que, ao lerem essas palavras, não se ofendam. Não os condeno, condeno o que fazem, o comportamento e os valores que assumiram, incompatíveis com aqueles que diziam guardar.
Apenas descrevi aqui os sentimentos de minha alma; prefiro deixar a advertência a cargo de alguém possuidor de uma autoridade mais elevada, com um espírito mais esclarecido que o meu.

"Eis pois o que digo e atesto no Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos, cuja inteligência os leva ao nada. O seu pensamento é presa das trevas e eles são estranhos à vida de Deus, por causa da ignorância que neles é produzida pelo endurecimento do seu coração. Em sua inconsciência, eles se abandonaram à devassidão, a ponto de se entregar a uma impureza desenfreada. Quanto a vós, não é assim que aprendestes de Cristo, se ao menos foi bem dele que ouvistes falar, se é ele que vos foi ensinado, de conformidade com a verdade que está em Jesus; renunciando à vossa existência passada, precisais despojar-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das concupiscências enganosas; precisais ser renovados pela transformação espiritual de vossa inteligência e revestir o homem novo criado segundo Deus na justiça e na santidade que vem da verdade." (Ef 4, 17-24)