sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Esta noite

Como é costume na celebração da Páscoa judaica, hoje também quero fazer a pergunta: "Por que esta noite é diferente das outras noites?"

Longe de querer comparar a troca do calendário à celebração da Páscoa, quero apenas propor uma simples reflexão. De que nos serve a celebração deste dia, do novo ano que chega deixando para trás alegrias que recordamos com saudade e as tristezas que queremos esquecer? Confesso que nunca encontrei uma justificativa plausível para toda a alegria que parece ser própria do dia 31 de Dezembro. O único sentido que encontro para essa festa está na origem do nosso calendário, que refere o ano zero ao nascimento de Cristo. Mesmo que a data não seja tão precisa quanto a maioria de nós acredita, pensar que há 2011 anos o Salvador nos veio, como celebramos há poucos dias atrás, deveria levar-nos a um comprometimento maior com a fé que professamos, um impulso para trabalharmos a nossa salvação com temor e tremor (cf. Fil 2, 12). De fato, "já é hora de despertardes do sono. Agora, a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noite está quase passando, o dia vem chegando: abandonemos as obras das trevas e vistamos as armas da luz." (Rm 13, 11-12)

"Por que esta noite é diferente das outras noites?" Porque a mudança de vida que esta data nos sugere nos aponta para a esperança que nos tem sustentado até aqui: importa vivermos bem para alcançarmos a felicidade que não tem fim.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Assim espero

Espera meu coração pelo Senhor. E o que faz meu coração? O que faria se Ele chegasse hoje. Mas meu coração fraco e cansado às vezes dorme e, quando acorda, reza pra que Ele ainda não tenha chegado. Mas como quisera já fosse o tempo, o dia mais feliz de minha vida, nosso encontro! Mesmo que Ele me encontre dormindo, que Ele me encontre! Não tenho medo se o cansaço me vem do trabalho que faço, se tudo que faço é gastar minha vida preparando Sua vinda, como voz que grita no deserto, sem água que me alivie a sede, com poucas chuvas, dias quentes, noites frias e sem ter onde reclinar a cabeça. De mim mesmo tenho pouco, e não sei o que poderia oferecer ao Rei em reconhecimento de sua majestade e pela honra de Sua visita. O que tenho e que darei é o que hoje dou, meu tempo, meus planos, meus sonhos que há muito morreram, para que vivessem os Dele em mim. E se meus sonhos querem voltar, logo me inquieto e morro de novo, para depois ressuscitar feliz com os sonhos de Deus outra vez em meu coração. Assim rezo, esperando que logo chegue o Dia do Senhor!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Esperando

Alegra-me o coração saber que estás chegando. Quanta alegria envolve os dias que antecedem tua chegada! A preparação, a espera, as lembranças do ano que passou, as novidades que contigo quero compartilhar. Há tanto para dizer, e tanto ainda por viver! Quisera já fosse hoje o dia de nosso próximo encontro, mas ainda devo esperar.
Por toda parte já se vê as expressões de um mundo que espera e, ansioso, já celebra tua chegada. Mas fico triste quando vejo que tantos te trocaram por outros, e não te esperam mais, enfeitam as ruas, as casas para festejarem e esbanjarem os próprios ganhos. Triste vida que com tão pouco se contenta! Mas a felicidade que sinto é maior, e quisera poder cantar todo dia anunciando que estás para chegar, que nosso encontro contigo já não tardará.
Às vezes fico pensando como terá sido naquele tempo, como te esperava aquele povo que há tanto tempo ouvia promessas sem saber quando se cumpririam. Penso sobretudo em como tua mãe te esperou, com quanta alegria deve ter ela sorrido naquele último mês, quando finalmente ela veria teu rosto de criança, rosto de Deus. Tamanha simplicidade jamais se veria em outro lugar. Quem poderia imaginar Deus se fazendo criança para nos visitar? E assim se fez, e naquele choro, naquele riso de bebê ouviu-se a voz de Deus.
Felicidade não tem outro nome senão o Teu e não pode ser encontrada em outro lugar senão no presépio de Belém, no coração da Virgem Mãe de Deus, onde o Verbo do Pai primeiro habitou.