segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Entre dois

Um dia entre duas noites,
Vejo assim as luzes
Que descontinuam as trevas.

Não prendo meus olhos na dor,
Mas na flor ornada por ela.
Seus espinhos me fazem sofrer,
Mas dela, o gozo me manda sorrir.

Não prendo meus olhos na cor,
Nos fúnebres tons do outono,
Ou nas alegres cores da primavera,
Mas na vida pintada por eles.

Não quero fixar-me nos sons,
Na melodia do pássaro cantor,
No canto do riacho que muda em rio,
Mas no destino de todas as canções.

Uma noite entre dois dias,
Prefiro chamar assim,
Passagens de uma a outra alegria.