quinta-feira, 1 de abril de 2010

Tempo

Senhor, que é o tempo, senão martírio lento, memória do que ele mesmo esconde, enquanto passa, lento e longo e a um só tempo também curto, muito curto?

Mas quando estou contigo, Jesus, parece desaparecer todo tempo, e é ao mesmo tempo curto o tempo que tenho contigo. A Tua eternidade me convida a permanecer, a demorar-me mais no que não pode demorar. É o tempo que se torna eternidade enquanto se esconde atrás de Ti e alimenta a esperança de que ele mesmo não volte. É o tempo que também Te esconde para que eu Te deseje mais enquanto espero, e esperando parece mais longo o tempo que tenho pouco para buscar-te, e te busco enquanto meu tempo acaba, escondendo-se a pouco e pouco até que morra, enfim. E, morrendo eu, estarei eternamente contigo no fim de todo tempo.

Mas é longo também o tempo enquanto espero e não Te tenho, enquanto não acaba o pouco tempo que tenho, que espero que não me seja pouco, para fazer tudo que devo para Tua eternidade gozar.