terça-feira, 19 de julho de 2011

Jesus, perdido e re-encontrado

Pai nosso, olhai benigno para vossos filhos, homens e mulheres que tão facilmente se perdem do caminho onde lhes pusestes pela mão de Vosso Filho diletíssimo. Adotados fomos por Vós pela obra de redenção operada por Vosso amado Filho, quando pelo batismo morremos com Cristo e nele também ressuscitamos. Como irmãos vos pedimos, por nós e por todos os outros que conosco agora não rezam, alcançai-nos por Vossa misericórdia, cumulai-nos de Vossos dons, saciai-nos com o alimento que nos vem do alto a cada dia, dai-nos sempre ouvir, como ao pé do ouvido, Vosso Filho a dizer-nos: “tomai e comei, isto é o meu Corpo; tomai e bebei, isto é o meu Sangue” e, ao ouvi-lo, dai-nos as disposições convenientes para a cada dia obedecê-lo. Dai-nos, Vosso pão, dai-nos vosso perdão, dai-nos a Vossa Salvação.

Ave Maria, se assim saudou-te o anjo naquele dia com que razão me calaria? Não posso desdizer o que disse aquele mensageiro, que palavra não poderia trazer nos lábios senão o que pelo próprio Deus lhe fora ordenado, e assim te saudou, Ave Maria, plena de graça, o Senhor é contigo. Assim tu és, bendita Maria, és com Deus, és para Deus.

Com quanta dor deves ter corrido de volta a Jerusalém – três dias haviam passado – quando não encontraste Jesus ao voltares para casa com José! Para ti era como morrer, deixar perder-se teu filho querido, o Filho de Deus, mas ali também agia a mão da Providência que queria ensinar-te um pouco mais e dar-te um tanto mais de alegria pelo santo que de ti nascera. Certo é que não entendias, e sequer poderias, crias apenas no que o anjo dissera: o menino será santo, chamado Filho do Altíssimo, reinará para sempre sobre o povo escolhido. Quanta alegria e alívio quando o viste ali entre os doutores, quanta surpresa ao vê-lo discutindo com eles! Aparecia já a sabedora que superava Salomão, autoridade maior que aquela dada a Jonas. Na resposta à tua angústia mais um mistério te foi dito, “não sabeis que devo cuidar das coisas de meu pai?”, disse teu filho, mas ele logo levantou-se e despediu-se dos doutores, seguindo caminho ao lado teu. Aquele mistério guardaste no coração e mais tarde entenderias o que já o anjo dizia de ti. Ave, tu que tens o favor de Deus, encontraste graça diante d’Ele. Porque humildemente em tudo lhe obedecias recebeste em teu ventre Jesus e assim também o encontras no templo, o menino Deus que de ti segue o exemplo. “Não sabeis que devo cuidar das coisas de meu pai?”, disse Jesus, e no olhar a gratidão que dizia ao teu coração: “Mulher, assim tu me ensinaste, assim devo viver, fazendo tudo o que o Pai me ordenar.”

Roga, portanto, por nós que somos teus filhos, Maria, e enquanto nos achegamos ao teu coração ensina-nos também a nós a cuidar das coisas de nosso Pai que está no Céu. Ajuda-nos, Ave cheia de graça, para que a morte nos faça como tu e Deus para sempre seja conosco também. Demos glória a Deus Pai onipotente e a seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso, e ao Espírito que habita em nosso peito, pelos séculos dos séculos. Amém.