quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Superficialidades

A necessidade [artificial] de exibir o próprio corpo como uma peça de mostruário esconde uma necessidade inconfessada de atenção, uma carência afetiva que muito custa ser admitida e que no escondimento degenerou numa forma de prostituição socialmente aceitável. Perdoem-me se pareço agressivo, mas não me parece uma atitude própria de quem tem amor por si mesmo vestir-se com tal despudor que pareça natural "mostrar o que é bonito" como se fosse propriedade de todos, como o é uma construção tombada pelo patrimônio nacional. Será que a dignidade humana pode ser reduzida à categoria de um objeto comercial, e às vezes de "amostra grátis", pelo preço da satisfação que se tem num elogio superficial ou num prazer momentâneo num quarto de motel ou em lugares ainda menos dignos?

Hoje em dia fala-se de um tal "ficar", encontros que nem merecem ser chamados de relacionamentos; muitos louvam esse comportamento e o tentam justificar explicando-o como uma "fase de preparação" para se escolher alguém com quem se queira construir um relacionamento mais duradouro. Pergunto se não lhes parece irracional esse comportamento. Onde se esconde a capacidade de raciocínio de quem considera isso um comportamento digno, se toda a "sapiência" da nossa espécie permanece em segundo plano e o prazer toma o lugar da liberdade e da consciência dos próprios atos e escolhas?

Da aprovação desse tipo de comportamento e da assunção de tudo isso como elemento da cultura dominante surgem diversas "idéias brilhantes" que despontam como soluções para os problemas do mundo inteiro. Quero falar especialmente do aborto, tema tão comentado nesses tempos de grande movimentação política, e aproveito para reiterar o posicionamento do Bispo de Guarulhos (SP), Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, e digo a todos os Cristãos para que não vendam seu voto por um bocado de promessas e não deem seu apoio e voto a candidatos abortistas ou que dizem tratar o assunto como "questão de saúde pública". A esses tantos abortistas, declarados ou não, nunca importam os direitos da criança, apenas o "bem estar", as "necessidades" e vontades da mãe. É um absurdo, já que se diz que todo ser humano tem direitos iguais; no caso do aborto, porém, os "direitos" da mãe são priorizados em razão apenas do egoísmo dela. A quem cabe o direito de arbitrar sobre a vida? Pergunto o que fariam os abortistas se, no tempo em que ainda estavam sendo gestados, estivessem sob a ameaça de serem abortados e pudessem sabê-lo.

São esses os que condenam a Igreja Católica e a chamam retrógrada quando ela manifesta, pela voz de seus pastores, sua doutrina moral a respeito de comportamentos dessa natureza, e chama de pecado tudo isso. Por isso a Igreja não se pode calar, nem mesmo pela boca de seus filhos menores, e a Voz de Cristo deve ser ouvida da boca de todos os filhos da Igreja, que unida ao próprio Cristo, Sua Cabeça, deseja somente o bem de seus filhos, pródigos ou não.

Devo dizer que permanecer passivo diante de questões como esta tem o mesmo peso moral de militar a seu favor. Não queira ser contado entre os assassinos ou entre seus cúmplices, mesmo que você fique entre os assassinados.