quarta-feira, 7 de março de 2012

Doce Jesus

Meu Jesus, meu doce Jesus, porque escolheste morrer? Porque te rendeste aos planos malvados daqueles que te perseguiam? Porque escolheste a morte em vez da vida como fizeste outrora, naquela hora em que fugiste dos que queriam tirar-te a vida (cf. Jo 10, 39)? Porque a traição foi teu momento derradeiro? Porque no abandono escolheste abraçar a morte, meu Jesus, meu doce Jesus?

Vejo-te ferido, desfigurado, em silêncio te deixas levar ao matadouro, ao lugar de execução dos criminosos para te juntares a eles. Do alto da cruz perdoaste-nos os pecados e livraste-nos da culpa de nossos crimes, não sabíamos o que fazíamos. Foi então que entendi teu motivo, encontrei a simples resposta às minhas tantas perguntas.

Meu Jesus, meu doce Jesus, escolheste o abandono, para que aqueles que no fim se achassem sós então te encontrassem. Escolheste morrer para ter escondida na morte a tua vida, para que aqueles que buscam a morte te encontrassem em seu lugar e não morressem. Foste feito pecado (cf. 2Cor 5, 21), para que aqueles que abraçam o pecado te abraçassem em seu lugar e se salvassem.

Estranha bondade encontro eu em teu coração, meu Jesus, meu doce Jesus. Desfazem-se meus anseios, frustram-se minhas esperanças por uma misericórdia que supera todo desejo. Jamais encontro o que quero, jamais alcanço o que espero e frustra-se minha vontade, mas faz-se a tua, a eternidade transforma o tempo em suavidade e as penas em gozo e suave consolação. Transformas a culpa em causa de salvação, morres para na morte dares a vida àqueles que morrem e vivemos todos unidos a ti. Sei, não queres a morte do pecador, mas que ele volte e tenha a vida. (cf. Ez 33, 11)