sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Estás vindo!

Contamos os anos desde que te encarnaste e pareces já tão distante no tempo, mas estás perto, estás sempre perto e estás vindo, estás vindo sempre até que cesse toda esperança e nossa vida seja inteira o fruir perpétuo de tua presença! Ah, se fosse logo nosso fim, se hoje mesmo pudéssemos em verdade dizer que vimos tua glória! Mas ainda esperamos teu santo e glorioso dia, somos ainda peregrinos no caminho que preparasse para nós, felizes por termos sido escolhidos para crermos em tua salvação e ainda mais felizes porque fizeste de nós para ti “sacerdotes e povo de reis” (Ap 5, 10), teus sinais para que outros creiam em ti. É esse nosso desejo, posto em nós por ti mesmo, que em nós se faça tua vontade, que nossa vida se torne tua epifania, que cresças tu e nós sejamos sempre menores, que a ti seja a glória e não a nós! Por isso consagramos cada ano à tua mãe, o Ano do Senhor é também ano da Virgem Mãe de Deus, pois seu sim à tua vontade foi o novo princípio, tua encarnação, nossa salvação! O “faça-se” dito por tua mãe ainda ecoava em teu “perdoa-lhes” e foi por ti consumado, pois sem ti “nada se fez de tudo que foi feito” (Jo 1, 3).

Contamos os anos desde que nos vieste resgatar, quando à voz de uma mulher te fizeste carne, te fizeste homem. Grande mistério! Num choro de criança ouve-se a voz que a tudo criou, tu te fizeste pequeno e vulnerável, dependente de quem depende de ti, submisso a teus próprios servos e encontraste tuas delícias em estar com os filhos dos homens! (cf. Pr 8, 31) Por amor nos criaste e por amor nos desejas, não nos queres perder! Preferes te aniquilares a perder-nos, dás tua vida em troca da nossa, tu nos amas como se fôssemos teu Deus! (S. Tomás de Aquino)

Mas ai! Somos ainda tão lentos em acolher os teus dons! Se te amamos, nosso amor é ainda pequeno, mas nós muito desejamos amar-te, amar-te com todo amor possível, imitando o quanto pudermos o amor que nos devotaste! Pois para ti é grande o amor pequeno que deseja ser grande! E nosso amor será sempre pequeno até que se funda ao teu amor divino, quando não mais contarmos os anos, quando enfim tudo estiver consumado de tudo que nos mandaste fazer, da vida que por ti escolhemos viver! És nossa esperança, nossa certeza, nosso céu já neste tempo em nosso coração feito para ti manjedoura, patíbulo, sepulcro e teu paraíso.

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