quarta-feira, 30 de março de 2011
Sabedoria
terça-feira, 22 de março de 2011
Uma virtude
Pudesse eu escolher
Uma só virtude para viver
Preferiria a todas outras
A querida paciência
Com ela saberia esperar
E toda dor passaria por mim
Em paz sempre iria viver
Nenhuma angústia teria lugar
Entre as minhas companhias
E nada me poderia estorvar
Ou perturbar o coração
Com ela poderia viver
Sem imaginar que a morte
Sempre tarda a me encontrar
sexta-feira, 11 de março de 2011
Possibilidades
Fico pensando no alcance dos meus gestos, no que sentem os destinatários de meus atos. Temo fingir um amor que não tenho, inventar afetos e encontrar dentro de mim fantasmas que disfarcem meus medos. Não posso enganar meus sentidos, atraiçoar meus próprios sentimentos, mas posso fingir ter afeição pelos que me desagradam ou forjar virtudes falsas que atraiam a afeição de outros. Posso viver entorpecido pela mentira, imitando os bons exemplos que vejo apenas em meus gestos e esquecer-lhes o desejo. Posso querer ser agradável, procurar abraços e sorrisos, algum afeto que supra o que me falta e o amor que não tenho. Posso pretender amar assim e oferecer de mim apenas o que me pareça bom. Posso viver de parcialidades, deixar oculta aquela parte de mim mesmo que não atrai louvores, dizer de mim meias verdades, imaginando que não minto se escondo minhas maldades. Posso amar e posso interpretar personagens que amam. Posso escolher...